Depois de conversar com um amigo meu no MSN, que me perguntou se eu tinha muitas amigas safadas, resolvi contar um pouco a história de uma das minhas amigas, a Priscila.
Um dia no escritório – Meu Chefe
C: - Mary, você vai comigo ao fórum, tenho uma audiência e quero você comigo.
“Meu chefe me querendo, ai ai , sei que tenho uma mente podre,rs”
M: - Por quê? É algo muito sério? Vou ter que trepar com alguém?
C: - Menina, você é uma palhaça, te mato se você fizer alguma merda.
M: - Calma, chefe, estou brincando.
Chegando no fórum…
M: - Que lugar quente!
C: - Por que eu tenho que trazer você? Pqp! Estagiária do cão.
M: - Bom, vou procurar por água.
Mês de setembro, um calor de matar e eu no fórum com meu chefe, aguardando uma porra de Juíza que estava em outra audiência. No corredor olhava a cara dos algemados e da polícia que circulava, pensei “Que loucura! Homens em guerra.” Fiquei com medo e entrei em uma sala qualquer.
- Deseja alguma coisa moça?
Uma mulher alta (estava de salto) loira, branquinha, linda, fiquei até com inveja.
M:- Não, estou cansada e aqui está mais fresco. Meu nome é Mary e o seu?
- Meu nome é Priscila e está muito quente mesmo.
M: Você está bem? Parece pálida.
P: É, estou enjoada.
M: Por quê?
P: Acho que comi alguma coisa que me fez mal.
M: Sei bem como é, eu sempre engulo sapos e fico enjoada.
Ela sorriu, colocou a mão na boca, mas não conteve a gargalhada.
P: Mary, você trabalha aqui?
M: Não, sou estagiária de direito.
P: Entendo.
M: Cara, eu ralo muito, você não tem ideia.
P: Mary, um dia conheci uma moça parecida assim com você, não sei da sua vida, mas a vida dessa jovem foi ralação total, só que ela venceu.
M: Como assim? Me conta o que aconteceu.
Logo pensei que seria mais uma história triste, com morte e coisa e tal, mas percebi que estava enganada quando ela começou a falar, eu que sou hiperativa, falo rápido, sou impaciência e debochada, fiquei atenta e ouvindo tudo calmamente.
P: Tive uma amiga que quando era criança sofria violência por parte da mãe.
nesse momento, a interrompi.
M: É terrível, por isso eu sempre falo pras meninas que eu conheço denunciar, violência e tortura são crimes.
P: Sim, mas ela não tinha ideia disso, respeitava a mãe e achava que aquilo era o certo. Mary, muitas meninas sofrem abuso, espancamento e não sabem seus direitos, são desinformadas, por vezes até na escola são abusadas.
Me explicou a Priscilla, com o olhar muito triste, quase chorando.
M: Como era o nome dela, Priscilla?
P: Era, era…
Ela demorou um pouco a dizer o nome, como se houvesse esquecido o nome da amiga.
P: Era Any. – Disse enfim. Eu, sem deixar passar uma como sempre, disse:
M: Caraca, você tinha esquecido o nome da sua amiga?
P: É que faz muito tempo que não a vejo e são muitas as pessoas, histórias e nomes que me cercam que me esqueço até quem sou, imagina o nome de uma amiga.
M: Está bem, fala, estou ansiosa pra saber essa história.
Nos sentamos confortavelmente na cadeira e Priscila começou a falar.
P: Any tinha 15 anos quando sua mãe a expulsou de casa quando soube que ela não era mais virgem…
Any: Mãe, posso explicar.
Mãe: Cala boca, sua piranha, vai embora. Você se perdeu com um velho de 40 anos, sua safada.
A: Ele disse que me amava, eu não queria, mas ele me levou pro motel dizendo que era uma casa que ele tinha,eu não sabia, mãe,ele foi carinhoso e me beijou.
Mãe: Sua puta, ele é velho, não quer nada com você, acha que ele vai largar a mulher dele pra ficar com você? Sai da minha casa agora.
Any foi pra rua com uma bolsa de roupa e foi para casa de sua tia.
A: Oi tia, miha mãe me expulsou de casa, posso ficar aqui?
Tia: Pode, mas só por uns dias.
Any era maltratada por ser muito bonita, por ser muito jovem e ingênua era alegre e mal sabia a inveja que causava nas mulheres. A notícia de que Any já era mulher se espalhou pela comunidade em que morava e todos os homens, jovens ou não tão jovens assim, que encontravam com Any na rua tentavam seduzi-la.
Homem: Oi, Any, que bom te ver, você sumiu.
A: Oi, eu estou morando com a minha tia.
Homem: Ah, eu já sei,que tal a gente dar uma saidinha? A gente podia namorar um pouco.
A: Eu não, que coisa, Tchau.
Isso acontecia com freqüência. Any saiu da casa da sua tia, na baixada fluminense e foi pro cetro da cidade do rio de janeiro, tentou trabalhar, mas foi em vão, a cada local que Any trabalhava ou ela era assediada pelo chefe ou era humilhada pela esposa dos mesmos, restando Any ficar pela rua andando a toa sem fazer nada.
continua…
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